O que passa pela sua cabeça quando você percebe que deixou cair uma nota de ¥10 mil na rua? O mais provável, é que seu dinheiro tenha feito um caminho sem volta. Mas se você é um dos 13 milhões de moradores de Tóquio, tem uma chance de 75% de encontrar o seu dinheiro perdido.
Segundo o Departamento de Polícia Metropolitano de Tóquio, somente no ano passado, foram encontrados ¥3.162.889.322 em dinheiro. Se você não contou os dígitos corretamente, foram mais de três bilhões de ienes.
Em 2013, somente na região de Tóquio, mais de 3 milhões de objetos foram deixados na sessão de Achados e Perdidos de estações de trem e delegacias de polícia. De longe, o objeto mais perdido pelos moradores da capital japonesa é o guarda-chuva, totalizando 357.935.
Cerca de 10% de todos os itens entregues nos balcões de Achados e Perdidos são considerados “resíduos”, ou seja, restos de comida, caixas de lenços de papel e garrafas de refrigerante com o conteúdo pela metade.
O que está por trás dessa notória honestidade nipônica? A resposta está na maneira como os japoneses são educados. Os alunos do ensino fundamental do Japão recebem aulas instrutivas de como devolver um objeto perdido. O grande número de cabines policiais (koban) espalhadas por todo o país, também facilita a entrega dos objetos perdidos. O fator religioso do “carma negativo” no budismo também é um incentivo à honestidade.
Além da recompensa moral, tentar devolver um objeto perdido pode ter suas vantagens. Segundo a lei japonesa, se em três meses ninguém alegar ser o dono do objeto entregue por você no balcão de Achados e Perdidos, legalmente o objeto passa a ser seu. Isso acontece com cerca de 15% dos casos de dinheiro perdido em Tóquio, mas segundo a polícia, a maioria das pessoas não aceitam receber o dinheiro que encontraram, mesmo com amparo legal.
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