Por Uehara Yuu
Fonte:NHK World Press All Rights Reserved
O Japão deve lançar um satélite no domingo, dia 27 de janeiro, para coletar informações relacionadas à segurança nacional e desastres naturais.
No Comentário de hoje, Noriyuki Mizuno, comentarista da NHK, vai falar sobre o lançamento do satélite que, se for bem sucedido, irá permitir que o Japão atinja a tão esperada meta de estabelecer um sistema de monitoração por satélite.
Perguntamos a ele como é este satélite para a coleta de informações que o Japão está lançando agora.
Ele diz que se trata de um satélite de reconhecimento que vem sendo desenvolvido principalmente para investigar instalações e iniciativas militares da Coreia do Norte. O míssil lançado por Pyongyang em 1998 passou sobre o Japão, o que levou o país a desenvolver um satélite para a coleta de informações.
No momento, 4 satélites do gênero, de 2 tipos, estão em órbita longitudinal da Terra. Eles incluem um do tipo óptico, equipado com um telescópio e câmera que teriam capacidade de identificar objetos de até 60 centímetros na Terra durante o dia. Entretanto, o governo ainda tem de elaborar um sistema de monitoração por satélite.
Ou seja, segundo Mizuno, o governo considera que, para coletar informações necessárias para garantir a segurança do país, é essencial possuir um sistema capaz de gravar imagens de qualquer ponto da Terra pelo menos uma vez por dia.
Ao menos 2 satélites com radar são necessários para construir este sistema. Um satélite deste tipo pode fotografar objetos na superfície terrestre mesmo quando está nublado ou à noite, enviando ondas e capturando seu reflexo.
O Japão lançou, até agora, 4 satélites com radar. Contudo, somente um lançamento foi bem sucedido. Os outros apresentaram problemas, incluindo falhas na órbita. O satélite que será lançado no domingo é um do tipo que utiliza radar.
Em relação à sua utilização relacionada a desastres, Mizuno diz que quando houve a catástrofe em 2011 no nordeste do Japão, um satélite para a coleta de informações obteve imagens de áreas atingidas por tsunami na região de Tohoku e da usina nuclear Fukushima 1. Entretanto, nenhuma dessas imagens foi divulgada ao público. O governo japonês adquiriu imagens de um satélite comercial dos Estados Unidos e as ofereceu às partes envolvidas.
O Escritório do Gabinete, que administra operações de satélite, diz que as fotos tiradas por satélites podem ser divulgadas somente aos líderes do governo, uma vez que as imagens poderiam revelar a performance do satélite e prejudicar sua missão como satélite de reconhecimento.
Mas, segundo Mizuno, o governo japonês deveria analisar o uso efetivo de fotos tiradas na ocorrência de desastres, divulgando-as, por exemplo, após diminuir suas resoluções.
Este foi o Comentário.