segunda-feira, 6 de julho de 2015
Ilha fantasma no Japão é declarada Patrimônio Mundial pela UNESCO
Neste domingo (5), o Japão ganhou o status de Património Mundial da UNESCO, em 23 de suas unidades industriais modernas, inclusive na ilha japonesa de Hashima, situada a 15 quilômetros de Nagasaki.
Hashima, que tem área pouco menor do que 1 km², ficou famosa por ter sido cenário do filme “007: Operação Skyfall”. No passado, porém, o local foi parte de atividades mineradoras em águas profundas e era habitada pelos trabalhadores que faziam essa exploração. Em 1974, com a suspensão dessas atividades, os poucos habitantes deixaram o local e a ilha tornou-se deserta, sendo hoje conhecida como “ilha fantasma”.
A decisão da UNESCO, divisão cultural da ONU, só ocorreu após Japão e Coreia do Sul resolverem a pendência histórica sobre o local, onde foram realizados trabalhos forçados de sul-coreanos.
O reconhecimento dos “Sítios da Revolução Industrial do Período Meiji do Japão” pela UNESCO, era ponto importante para o Japão, pois os locais simbolizam a passagem do país de uma sociedade eminentemente agrícola e feudal, para a potência industrial no final do século 19.
Segundo declarações do Ministério das Relações Exteriores sul-coreano em seu site oficial, o Japão reconheceu que “numerosos coreanos trabalharam sob condições cruéis depois de serem mobilizados contra a sua vontade” e se comprometeu a criar um centro de informação para honrar as vítimas.
A Coreia do Sul se opôs durante anos à concessão desse status ao Japão, argumentando que tal comenda seria um desrespeito com o sofrimento do povo coreano, que em sete dos locais analisados trabalhou como escravo, incluindo a ilha de Hashima, apelidada de Battleship Island.
O Apoio da Coreia do Sul para o Japão na reunião do Comité do Património Mundial da UNESCO, que ocorreu na Alemanha, aumenta as esperanças de que as relações diplomáticas se harmonizem entre os dois países vizinhos.
Seus líderes trocaram visitas no mês passado, por ocasião do 50º aniversário do tratado para normalizar os laços políticos. Tensões históricas, decorrentes do período de 1910 a 1945, minaram as relações entre os dois países nos útlimos anos, causando reflexos importantes no comércio e nos assuntos de cooperação estratégica.
Na mesma esteira, a Coreia do Sul vem se recusando a realizar uma cúpula bilateral com o primeiro-ministro japonês, Shinzo Abe, até que o Japão reconheça a escravidão das mulheres sul-coreanas, forçadas à submissão sexual por soldados japoneses durante a Segunda Guerra Mundial.
Algumas das mulheres sobreviventes, juntamente com os familiares de algumas já falecidas, ameaçam demandar contra o governo japonês nos tribunais americanos, caso os países não consigam chegar a um acordo satisfatório para a compensação.
A ilha de Hashima, no Japão, agora Patrimônio Mundial, é aberta à visitação. Porém, as condições das construções que resistiram ao tempo não são, exatamente, agradáveis.
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