Por Uehara Yuu
Fonte:NHK World Press All Rights reserved
Apresentamos agora o terceiro dos cinco comentários que estamos transmitindo nesta semana sobre questões importantes para os eleitores japoneses às vésperas da eleição para a Câmara Baixa do Parlamento, que será realizada no próximo domingo, dia 16 de dezembro. A eleição será uma oportunidade para avaliar os três anos do Partido Democrata no governo do Japão.
O tema deste segmento é a política energética do Japão, um dos assuntos mais controversos da eleição geral. Os dois principais partidos, o Democrata, situacionista, e o Liberal Democrático, a maior legenda da oposição, diferem sobre como ou mesmo se o país deve diminuir sua dependência da energia nuclear.
Antes do acidente nuclear de 11 de março de 2011, 26 por cento da energia elétrica do Japão era gerada nos reatores nucleares, e o governo pretendia aumentar esse número para 45 por cento até 2030.
O Japão tinha 54 reatores nucleares em operação. Depois do acidente, as companhias responsáveis resolveram desativá-los, um por um, para a realização de testes de segurança. Até maio deste ano, todos eles tinham sido desligados.
No entanto, as companhias de energia temiam não ser possível atender à demanda das indústrias e dos consumidores no período de maior uso, durante os meses do verão do hemisfério norte, de julho a setembro. Por isso, o primeiro-ministro permitiu que dois reatores do oeste do Japão fossem reativados em junho.
Funcionários do governo realizaram sessões abertas ao público para consultar sua opinião. Três metas de produção de energia nuclear foram sugeridas ao público: zero, 15 por cento ou 20 a 25 por cento. A maioria das pessoas optou pelo corte total na produção nuclear.
Membros do gabinete do governo adotaram uma política de distanciamento da energia nuclear, dizendo que farão o possível para fechar todas as usinas nucleares até a década de 2030.
Em busca de uma solução, o governo japonês começou a se voltar para a energia solar e eólica. Os políticos japoneses querem triplicar o uso de fontes renováveis de energia dentro das próximas duas décadas.
Dirigentes das companhias de eletricidade reclamam que os altos preços dos combustíveis usados para a geração de energia estão diminuindo seu lucro e pediram autorização para aumentar o preço da eletricidade para o consumidor. Enquanto isso, líderes empresariais reclamam que uma política de extinção da energia nuclear criará obstáculos para a economia.
Shinzo Abe, presidente do partido de oposição Liberal Democrático, criticou a política de abolição da energia nuclear, que chamou de "irresponsável".
Obviamente, alguns políticos discordam. Um novo partido foi formado, em apoio à abolição da energia nuclear.
Esta é a primeira eleição desde o acidente em Fukushima e também a primeira vez em que as usinas nucleares são um dos principais focos de debate. A questão desencadeou um realinhamento político e levou os eleitores a refletirem sobre o papel da energia nuclear no Japão.
Este foi o Comentário.