segunda-feira, 21 de março de 2016

Japão debate o potencial de redução da poluição por mercúrio




Afirma-se que o ponto de partida da poluição ambiental no Japão foi a doença de Minamata, síndrome neurológica identificada oficialmente em 1956 como originada do envenenamento por mercúrio. A Convenção de Minamata sobre Mercúrio, para regular a produção e o comércio de produtos com teor nocivo do elemento, foi aprovada três anos atrás em uma conferência das Nações Unidas presidida pelo Japão.
O país aderiu à convenção no mês passado, e normas nacionais são agora preparadas pelo governo japonês. Tem início terça-feira uma conferência internacional em que serão discutidos meios de aplicação da convenção. Neste Comentário, o jornalista Toshiyuki Tsuchiya, da NHK, fala sobre desafios existentes no caminho para a redução da poluição por mercúrio.
“Ao aderir no mês passado à Convenção de Minamata sobre Mercúrio, o Japão tornou-se a 23ª nação a fazê-lo. O motivo do atraso foi o tempo necessário à criação de mecanismos para o seu cumprimento no país. Foi preciso que 50 nações aderissem à convenção para que ela pudesse entrar em vigor. Hoje, 28 países da União Europeia mobilizam-se para aderir ao acordo, e é possível assim que ele entre em vigor antes do fim do ano. Um grande volume de mercúrio ainda é usado na mineração de ouro e em outros tipos de trabalho em nações em desenvolvimento, o que causa preocupações com a saúde pública. É urgente a necessidade de regular internacionalmente a distribuição e o uso do mercúrio.
Na semana, em reunião de revisão de metas, o Ministério do Meio Ambiente do Japão traçou diretrizes para a seleção do lixo no país. O encontro deu destaque à necessidade de rotulagem de produtos com a indicação de presença ou ausência de mercúrio, mas não foram estabelecidas regras. Tem havido opiniões de que deveria ser obrigatória a rotulagem do próprio produto ou da embalagem, mas é forte a oposição de empresas do setor. A exigência feita às indústrias limita-se à prestação voluntária de informações em catálogos ou sites. Assim, a menos que tenham conhecimento prévio ou acessem informações on-line, consumidores não podem constatar se os produtos contêm mercúrio. Não se pode descartar o risco de mistura de produtos com mercúrio no recolhimento do lixo comum.
Em breve o Japão definirá padrões para o volume de mercúrio emitido por fábricas. Na conferência internacional a se iniciar terça-feira será discutida a aplicação específica da convenção. Espera-se que o Japão faça contribuições globais para a redução da poluição por mercúrio não apenas com a aplicação da regulação em âmbito nacional, como também com assistência a países em desenvolvimento por meio de tecnologia industrial que dispense a utilização de mercúrio.”

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