terça-feira, 11 de fevereiro de 2014

O potencial e os mistérios da células STAP



Por Uehara Yuu
Fonte:NHK World Press All Rights Reserved

Pesquisadores do Instituto Riken do Japão conjuntamente com outras instituições, como a Faculdade de Medicina da Universidade de Harvard, nos Estados Unidos, desenvolveram uma nova técnica para a criação de células-tronco. As novas células são chamadas STAP, iniciais em inglês de estímulo artificial para a aquisição de pluripotência. O novo método foi anunciado na quarta-feira e está chamando a atenção em todo o mundo como uma conquista pioneira além do senso comum da biologia. Hoje, para o Comentário, conversamos com o correspondente da NHK em Nova York, Hiroshi Yokokawa, sobre a nova técnica e como ela poderá ser utilizada.

Começamos perguntando por que as células STAP são tão importantes.

Yokakawa diz: "A grande vantagem é que, nesse processo, através de um estímulo externo, uma célula madura de um mamífero pode ser reprogramada para adquirir pluripotência, uma função que permite que a mesma se transforme em qualquer tipo de tecido ou órgão. Os pesquisadores puseram linfócitos, um tipo de célula de glóbulo branco do sangue, de filhotes de camundongos, numa solução moderadamente ácida por cerca de 30 minutos, deixando-os multiplicarem-se. Segundo a equipe, o processo ativou genes que mantêm a capacidade de se transformar em vários tipos de células.

A equipe implantou as células em camundongos e confirmou que elas se desenvolveram em tecidos de epiderme e de músculos, entre outros. O processo que permite a pluripotência de células é chamado de reprogramação. Anteriormente os pesquisadores tinham de realizar um processo complexo, como a inserção de certos genes no núcleo de uma célula, para poder reprogramá-la. O desenvolvimento de células STAP é inovador por provar que a reprogramação pode ser induzida de uma forma muito mais simples. Médicos e cientistas têm grandes esperanças de que este novo método possa proporcionar alternativas promissoras no tratamento médico com medicina regenerativa."

Segundo Yokokawa o grande desafio agora é saber se a técnica pode ser utilizada em seres humanos. Outra questão é que os pesquisadores ainda não desvendaram o princípio e o mecanismo que permite a ocorrência da reprogramação apenas com um estimulo externo. Por exemplo, a equipe envolvida nas pesquisas mais recentes usaram principalmente células de camundongos recém-nascidos, e descobriu que a probabilidade de criar células Stap bem sucedidas diminui a medida que aumenta a idade dos camundongos. Os pesquisadores tampouco conseguiram determinar a razão disso.

As células STAP representam um grande potencial e também muitos mistérios. Yokokawa conclui dizendo que pesquisadores de todo o mundo vão estudar questões relacionadas a essa descoberta para desvendar esses mistérios e para tornar o uso dessas células em seres humanos uma realidade.

Este foi o Comentário.

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