quarta-feira, 17 de fevereiro de 2016

Projeto de ex-jogador japonês de futebol visa superar barreiras na Bósnia-Herzegóvina



No Comentário de hoje, vamos falar sobre o novo projeto do ex-jogador japonês de futebol Tsuneyasu Miyamoto. Ele foi capitão da seleção japonesa na Copa do Mundo de 2002 no Japão e na Coreia do Sul, e na Copa de 2006 na Alemanha. Miyamoto agora é responsável por um programa que vai criar uma academia de esportes voltada para a promoção da reconciliação étnica na Bósnia-Herzegóvina. A reportagem é do correspondente da NHK em Viena Kazuto Sassa.
“Após deixar os campos, Miyamoto entrou em um programa de pós-graduação de formação de executivos da área de esportes promovido pela FIFA. Ao lado de estudantes bósnios e de outras nacionalidades, ele estudou como é possível promover a reconciliação étnica através do esporte. A pesquisa o inspirou a criar sua academia esportiva.
A Bósnia-Herzegóvina possui três grupos étnicos diferentes: bosniaks, croatas e sérvios. Estimativas mostram que no começo da década de 1990, cerca de 200 mil pessoas morreram vítimas de conflitos étnicos que acabaram desencadeando uma guerra civil. Vinte anos se passaram desde o fim do conflito. Entretanto, os avanços na reconciliação étnica foram pequenos, o que vem afetando o desenvolvimento do país.
O ex-jogador japonês planeja criar uma academia de esportes na cidade de Mostar, no sul do país. A área foi palco de violentos confrontos durante a guerra. A população local é composta principalmente de muçulmanos e croatas católicos. Mas eles vivem em bairros separados. As crianças também frequentam escolas distintas, e dificilmente têm oportunidade de ultrapassar a barreira étnica. Espera-se que a academia ajude crianças de diferentes etnias a se divertir juntas com os esportes e superar a distância que separa os grupos étnicos. O plano da instituição é começar suas atividades com cerca de 80 crianças, com idades entre 7 e 12 anos. Miyamoto quer que as crianças aprendam os valores do jogo limpo e do trabalho de equipe, e eventualmente se tornem líderes em suas comunidades.
O plano da academia é abrir oficialmente em meados deste ano. Segundo Miyamoto, existem muitos desafios para o projeto, incluindo a obtenção de fundos suficientes para se manter funcionando. O ex-jogador diz que se tudo der certo, uma instituição semelhante pode também funcionar em outras áreas de conflito. Sinto que Miyamoto acredita fortemente no poder do esporte para ajudar na resolução de conflitos em todo o mundo.”

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