sexta-feira, 6 de fevereiro de 2015

Reforma do sistema educacional japonês do pós-guerra



Fonte:Nhk World Press
Faz 70 anos que terminou a 2ª Guerra Mundial. O sistema educacional do Japão está em vias de passar este ano por drásticas mudanças. Neste Comentário, o jornalista Nobuo Hayakawa, da NHK, fala da reforma do sistema educacional japonês.

"Um grupo de especialistas subordinado diretamente ao primeiro-ministro, Shinzo Abe, desempenhou papel central na preparação da reforma educacional. O Conselho de Reformulação do Sistema Educacional apresentou cinco recomendações no período de um ano e meio encerrado em julho. Para o premiê,com a sua agenda política 'Ruptura do regime do pós-guerra', a reforma significa uma transformação geral do atual sistema de ensino, que foi estabelecido logo após a 2ª Guerra. Em seu primeiro relatório, o conselho propôs que 'Moral' passe a ser uma disciplina integral nas escolas. No segundo relatório, foi recomendada uma revisão do sistema de conselhos de educação. Além disso, o conselho de especialistas propôs, no terceiro relatório, que reitores de universidades, ao administrar seus estabelecimentos, tenham a regalia de tomar decisões hierarquicamente definitivas, ou seja, 'de cima para baixo'. Quanto a mudanças no sistema de vestibulares, para ingresso nas universidades, foi proposto que os vestibulandos sejam avaliados não por pontuação e sim por níveis de desempenho. Também foi recomendada, no quinto relatório, uma revisão do presente sistema educacional, que estabelece seis anos para o curso primário; três para o ginasial; três para o colegial; e quatro para o nível superior.

Dada a grande quantidade de recomendações, pode-se perceber a intenção dos partidos governistas de realizar a reforma enquanto controlam as duas casas do Parlamento. São dois os fatores por trás da intenção de realizar a reforma com grande rapidez.

Em primeiro lugar, o governo japonês obrigou-se a tratar de várias questões urgentes, como o bullying entre estudantes e atos de violência de professores em relação aos alunos.

Em segundo lugar, a reforma educacional, como parte da ideia basilar do primeiro-ministro, 'Ruptura do regime do pós-guerra', encaixou-se na demanda feita pelo mundo empresarial de que o governo se adequasse à globalização econômica. Este fator levou o conselho, em seus terceiro, quarto e quinto relatórios, a propor mudanças nas universidades, nos exames vestibulares e no sistema educacional, criando uma abordagem de tomadas de decisões 'de cima para baixo'.

Como resultado, a partir de abril, comissões de educação submetidas a forte influência dos chefes dos Executivos provinciais e municipais vão estabelecer diretrizes sobre o seu sistema educacional. Seus conselhos de educação deverão administrar o setor com base nas diretrizes.

Reformas anteriores, no pós-guerra, foram realizadas com vistas a abandonar a educação nacionalista do período anterior ao conflito. Foram estabelecidas salvaguardas para prevenir um possível comportamento incontrolável dos governos central, provinciais e municipais, que colocam prática os direitos de educação. Com as últimas mudanças, eles terão maior liberdade de ação. No entanto, professores e outros funcionários de escolas poderão ficar mais obrigados a colocar em prática mudanças ditadas por autoridades dos governos central, provinciais e municipais. Neste sentido, pode-se dizer que o sistema educacional se transformará em uma estrutura na qual será difícil dar freio a seu comportamento incontrolável.

Além disso, após estas mudanças, ainda está por ser definido com clareza um esquema de longo prazo para a educação futura. Será necessário haver responsabilidade na definição de tal quadro."

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