quarta-feira, 20 de novembro de 2013
O Sistema Koban de policiamento comunitário do Japão na América Latina
04:56
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O sistema de policiamento comunitário do Japão está se difundindo na América Latina. Esse sistema coloca bases chamadas "koban" nas comunidades, que são atendidas por policiais que cuidam das redondezas. O sistema permite que policiais tenham contato cotidiano diretamente com os residentes, e trabalhem na manutenção da ordem pública e prevenção de crimes.
A Polícia Militar do Estado de São Paulo foi a primeira polícia da América Latina a introduzir o sistema japonês. Ela se uniu à Jica, a Agência de Cooperação Internacional do Japão no ano 2000 e atualmente se engaja na difusão do sistema dentro e fora do país.
No Comentário de hoje, entrevistamos o Coronel Glauco Silva de Carvalho, da Polícia Militar do Estado de São Paulo, que desempenha um papel fundamental na difusão do Sistema Koban de policiamento comunitário na América Latina.
Perguntamos o motivo da polícia de São Paulo ter adotado este sistema.
A Polícia Militar nesses últimos anos tem adotado uma política de expansão e criação de bases comunitárias de tal forma que o cidadão - o jovem, o idoso, o adulto, o estudante - saiba onde procurar a sua polícia. Seja num momento de emergência, seja num momento de normalidade, mas que ele, por qualquer razão, precise de um serviço policial.
Nós temos uma base comunitária no extremo sul de São Paulo, bairro carente chamado Jardim Ângela. Com a instalação da base comunitária da Polícia Militar naquela região há 15 anos, tivemos uma redução de aproximadamente 60% no número de homicídios nas proximidades daquela base comunitária. Porque o policial militar passou a fazer rondas na comunidade local e visitar os diferentes segmentos da sociedade. O policial militar passou a desenvolver o trabalho de prevenção em contato próximo às pessoas.
Nós tivemos que fazer uma adaptação do modelo de polícia comunitária do Japão para a realidade do Brasil. A polícia militar passou a verificar quais eram as demandas da população local e passou a empregar o policiamento comunitário para que de alguma forma pudesse suprir, pudesse superar essas necessidades. Por isso nós temos bases comunitárias onde o policial ministra aulas de informática ou de artes marciais, por exemplo, judô, karate e kung-fu, ou o policial dispõe na base comunitária uma biblioteca para a comunidade local. Ou seja, temos um conjunto de atividades que estão acopladas à atividade das bases comunitárias.
O resultado é muito bom. Temos recebido inúmeros elogios da sociedade paulista, tem havido assim uma procura muito grande pela instalação de bases comunitárias no Estado de São Paulo. Então é um duplo avanço. Nós tornamos aquela comunidade mais pacífica e mais tranquila, por outro lado nós nos aproximamos das pessoas e da sociedade local, e assim estreitamos as relações de instituições do Estado com a sociedade local.
O sistema de policiamento comunitário está se difundindo também para outras regiões.
Especialmente os Estados do norte e sudeste do Brasil, passaram a se apropriar do modelo koban. Porque eles vinham ao Estado de São Paulo, seja para fazer cursos, seja por conta de intercâmbios entre as polícias locais, eles conheciam o modelo de policiamento comunitário e levavam aos seus Estados esse modelo.
Um Estado grande que desenvolve o modelo koban é o Estado de Minas Gerais. Temos também outros Estados no norte, como por exemplo Rondônia e Roraima, que também adotaram o Sistema Koban em suas comunidades locais.
Hoje a Polícia Militar de São Paulo manda policiais militares para desenvolver o Sistema Koban em Honduras, Costa Rica, El Salvador e Guatemala, com a possibilidade de ampliação do número de países atendidos pela Polícia Militar de São Paulo.
O resultado foi tão bom no Estado de São Paulo que passamos a exportar o modelo japonês para outros países da América Latina com a perspectiva de exportar para países da África, que têm a língua portuguesa como língua oficial.
Este foi o Comentário.
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