terça-feira, 23 de julho de 2013

Questões referentes à política energética do Japão






Shinzo Abe, o primeiro-ministro do Japão, já ocupa o cargo há seis meses, e os eleitores terão uma oportunidade de avaliar o seu desempenho com a eleição para a Câmara Alta que será realizada no dia 21 de julho.
Esta semana vamos examinar algumas das principais questões da campanha eleitoral numa série de cinco comentários.
Hoje, na terceira parte desta série, o Comentário avalia a questão da política energética. O futuro da energia nuclear tem sido alvo de debates públicos desde 2011 quando um acidente danificou uma usina nuclear em Fukushima. Como resultado, todos os 50 reatores comerciais do Japão foram desativados.

Cidadãos fizeram manifestações no ano passado contra uma decisão de reativar duas unidades. Mas desde então, o ímpeto das manifestações diminuiu. Hoje ouviremos a opinião de Yoichiro Tateiwa, comentarista da NHK World.

O comentarista diz que o desenrolar do acidente nuclear de 2011 resultou numa sequência de protestos contra a energia atômica e os planos de reativar reatores parados. Em algumas ocasiões milhares de pessoas compareceram às manifestações, em outras, centenas de milhares.

Tatsuya Yoshioka, diretor da ONG Peace Boat, organizou algumas das manifestações. Ele estava eufórico com o entusiasmo demonstrado pelas pessoas.

Contudo com o passar dos meses, Yoshioka viu o entusiasmo ir diminuindo conforme as pessoas mudavam o enfoque para outras questões como a da reconstrução das áreas atingidas pelo desastre.

Yoshioka tenta reiniciar uma discussão nacional a respeito do uso da energia nuclear. Ele diz que a oportunidade de concretizar uma sociedade livre de energia nuclear está sendo desperdiçada, e que fica frustrado de ver que os japoneses parecem ter se esquecido dos riscos que acarretam as usinas nucleares.

Sem energia nuclear, as empresas de eletricidade estão importando mais petróleo e gás. Elas começaram a repassar os custos aos consumidores e estão pressionando pela reativação dos reatores.
O mesmo têm feito os executivos de grandes empresas. Eles dizem que o Japão precisa de uma fonte estável de energia.

O premiê japonês Shinzo Abe e seu partido governista, o Liberal Democrático, também usam o mesmo argumento. Eles apoiam a indústria nuclear desde que ela seja bem regulamentada. Abe disse que as usinas de energia nuclear que atendam os novos padrões de segurança voltariam a operar em conformidade com um parecer profissional.

Líderes de partidos oposicionistas são unânimes em dizer que querem abolir a energia nuclear no futuro, mas até agora não conseguiram apresentar modos concretos para atingir tal objetivo.

O acidente de Fukushima expôs os riscos e os custos associados à energia nuclear. Contudo Yoshioka diz que os japoneses ficaram complacentes. Ele diz que a cada dia, as memórias e o impacto de 11 de março estão se perdendo.

As empresas de eletricidade começaram o processo de reativar suas usinas nucleares. Mas não devemos deixar que as memórias de 11 de março de 2011 desapareçam. Sejam quais forem as nossas opiniões particulares a respeito da energia nuclear, está claro que mais debates são necessários sobre as maneiras de conseguir a energia necessária ao país.

Este foi o Comentário.

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